Primeiro Dia das Mães em quarentena, quem diria!
Penso que, se assim Deus permitir, será minha primeira e única experiência
dessa natureza. Gosto de fazer analogias e, quando paro pra pensar na riqueza
desse momento, me sinto passando por um novo resguardo em plena fase da maturidade!
Ao lembrar dos meus dois períodos de resguardo,
recordo-me de ficar por conta dos bebês e me sentir um tanto inexperiente e
esgotada, não conseguindo dormir direito e tendo que assumir responsabilidades inéditas.
Alguma semelhança com o que vocês estão vivendo, mães?
Quando minha filha nasceu, tive apoio de minha mãe
durante todo o resguardo da minha primeira filha e isso foi essencial para meu
equilíbrio emocional. Desde o suporte com as visitas nos primeiros dias,
passando pelos plantões noturnos e tudo de bom que uma mãe e vó coruja pode dar,
lá estava minha mãe alegremente me apoiando. Sem falar no colo que eu também
recebia, ao poder dormir no meio da tarde, sabendo que o controle do manche estava
com ela. Como foi bom! Sou eternamente grata!
No sétimo mês de gravidez do meu segundo filho, perdi
minha mãe. Deixei-a em casa a noite e, na manhã seguinte, estava me despedindo
dela. Minha irmã também estava grávida de nove meses e a perda inesperada de
nossa mãe nos marcou bastante. Foi o
momento mais difícil que já vivi, reconheço. Sabia que Deus não havia perdido o
controle da situação, porém, todas as minhas emoções e células do meu corpo
tentavam me convencer do contrário. Foi uma fase difícil.
Voltando ao meu segundo resguardo, dessa vez, sem minha mãe por perto e com uma filha de
três anos, devo admitir que foi bem mais difícil que o primeiro. Lembro-me de
ter prendido nas portas dos guarda-roupas e espelhos da casa, diversos
bilhetinhos com promessas bíblicas a respeito de filhos, do tipo “… herança do Senhor são os filhos”, ou,
“..não vos dei filhos para calamidade” dentre
outras. Tudo que me ajudava a ter forças nesse período de resguardo, eu
procurava obter. Esposo, família e amigos cercaram-me de mimos e palavras de
amor durante todo esse tempo. Sobrevivi! E o melhor, meus dois filhos também!
Agora, aos 54 anos, com os filhos adultos, cá estou eu
novamente de resguardo. Um resguardo forçado, porém, extremamente
prazeroso. Conviver com meus filhos 24 horas por dia, tem sido uma experiência
das mais ricas e gratificantes. Diferentemente dos demais resguardos, dessa
vez, tenho podido cuidar e ser cuidada, chorar e ser consolada, cair e ser
levantada. Muitos são os momentos de rir juntos, faxinar juntos, cozinhar
juntos, orar juntos e usufruir, juntos, desse tempo precioso que Deus nos tem
dado. Como toda mãe em quarentena, tenho
minhas dificuldades também. Há dias um tanto nublados e outros, ensolarados. Poderia
contar algumas dessas dificuldades vencidas, mas, o Post ficaria muito
longo.
Olhando pra trás, percebo que cada um desses
resguardos me fez crescer um pouco mais na relação comigo mesma, com meus
filhos e com Deus. A maternidade me ensina o tempo todo e, nessa quarentena, as
aprendizagens tem sido intensas!
Quanto ao meu primeiro Dia das Mães em
quarentena, algumas práticas habituais terão que aguardar um pouco, por
exemplo: não vai rolar o tradicional brunch dominical no restaurante da
esquina, mas, vai rolar muita coisa gostosa que, já na véspera, esposo e filhos
estão preparando com muito carinho na cozinha; não vai rolar luzes do cabelo
retocadas e unhas feitas, mas, me sinto bela e amada do mesmo jeito; não vai
rolar roupa nova pra usar, mas, estou
vestida de saúde e isso é o que importa.
Pode parecer clichê, mas, posto aos quatro ventos: sou
a mãe mais feliz do mundo!

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