No Brasil, parece
que o ano só começa de verdade após as festividades do carnaval. Isso é percebido
por toda parte: as turmas das academias ficam vazias e, logo após o carnaval,
booom! Parece que todo mundo desejou aparecer de uma só vez! O mesmo vale para
o trânsito: as vias ficam mais espaçosas, os dias de rodízio mal são sentidos
com pesar e, como que de supetão, na primeira segunda-feira pós carnaval, o
caos já se instalou totalmente e, lá está você levando três vezes mais tempo no
deslocamento casa-trabalho! Aff!
Podia dar outros
exemplos dessa natureza, voltados para o comércio, os serviços públicos, as
escolas, etc. Esse fato de tudo voltar a funcionar após o carnaval, me tirou da
minha zona de conforto em muitos sentidos, pois, quando se mora numa metrópole
como São Paulo, todo esse novo ritmo é sentido de forma explícita. Não dá para
não perceber.
Pois bem, no meu
caso, tal ritmo me empurrou, mais uma vez, para a realidade de não saber o que
fazer após aposentadoria. Sim! Por incrível que pareça, me aposentei há um ano
e continuo sem saber qual será minha próxima fase na vida produtiva. Faz tempo
que venho me perguntando qual será minha próxima carreira ou, meu novo meio de
ganhar a vida, por assim dizer. Talvez se eu tivesse contratado um coach
profissional, tal indagação já estaria respondida. Será?
Enquanto esperava
chegar o esperado dia de me aposentar, comecei a ler e estudar assuntos
diversos, além de fazer cursos e participar de seminários e workshops. Passeei
pela área de nutrição, aromaterapia, culinária, terceiro setor, voluntariado, eventos e, nada
me deu alguma certeza de que queria me aprofundar e fincar meus pés,
profissionalmente falando. Continuei lendo sobre temas diferentes do que eu
havia lido ao longo de toda minha carreira de magistério e, quando eu menos
percebi, estava aposentada, sem saber com o quê, como e onde atuar. Passaram-se
doze meses até aqui e sinto que preciso ter mais foco nessa busca e/ou talvez
buscar ajuda externa.
Cheguei a essa
conclusão ao perceber que tal postura requer um reeditar-se não apenas
profissionalmente, mas, como mulher, esposa, mãe, futura sogra, futura vó,
amiga, vizinha e por aí vai… O tempo passa, a gente muda, o contexto muda, as
pessoas ao nosso redor mudam e, acompanhar todas essas mudanças requer
concentração, orientação e atitude. Admitir que precisamos sair de um local
conhecido para outro deveras desconhecido, muitas vezes nos gera insegurança e senso de
incapacidade, sem falar na acomodação.
Tenho sido sincera
para comigo mesma, porém, só essas pesquisas e autoconhecimento não foram
suficientes para me mover no grande tabuleiro da vida. Fiz alguns movimentos
sutis, porém, pouco expressivos. Desejo remir o tempo daqui pra frente,
visando atingir um novo patamar de realização, enquanto ainda tenho saúde,
disposição e um time de torcedores em casa que sempre me indagam sobre essa
questão, ávidos por me verem com maquiagem e sem chinelo nos pés.
Ironias a parte, tão logo isso
aconteça, prometo escrever para vocês, dando dicas assertivas e recomendações
eficazes. Caso tenham sugestões práticas para compartilhar, sintam-se a vontade
para repartir aqui no Blog.

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